Mais Clarice!



 É MUITA SABEDORIA
Quando fazemos tudo para que nos amem e não conseguimos, resta-nos um último recurso: não fazer mais nada. Por isso, digo, quando não obtivermos o amor, o afeto ou a ternura que havíamos solicitado, melhor será desistirmos e procurar mais adiante os sentimentos que nos negaram. Não fazer esforços inúteis, pois o amor nasce, ou não, espontaneamente, mas nunca por força de imposição. Às vezes, é inútil esforçar-se demais, nada se consegue;outras vezes, nada damos e o amor se rende aos nossos pés. Os sentimentos são sempre uma surpresa. Nunca foram uma caridade mendigada, uma compaixão ou um favor concedido. Quase sempre amamos a quem nos ama mal, e desprezamos quem melhor nos quer. Assim, repito, quando tivermos feito tudo para conseguir um amor, e falhado, resta-nos um só caminho...o de mais nada fazer.

Nossa Senhora do Teatro em Engenheiro Paulo de Frontin!



                                                        
Imersão Teatral
Com a Oficina Escola Nossa Senhora do Teatro
(Fernanda Montengro)


              Acontecerá nos dias 23, 24, 25 e 26 de Junho no município Engenheiro Paulo de Frontin a 8ª Imersão Teatral com a Oficina Escola Nossa Senhora do Teatro – (Inspirada nos ensinamentos da atriz Fernanda Montenegro), sediada a Rua da Constituição, nº 34, Centro, Rio de Janeiro.
              200 alunos estarão estudando e pesquisando sobre teatro no Hotel Fazenda Rancho Mineiro em Engenheiro Paulo de Frontin.  Trata-se de um Projeto que já acontece há 08 anos.
              Durante os quatro dias a Oficina Escola Nossa Senhora do Teatro estará dedicando-se a estes estudos, que serão norteados pelas técnicas de “Teatro para Espaço alternativo”. Os estudantes trabalharão: voz, corpo, música, leitura, dramaturgia, interpretação teatral entre outras atividades. Também pesquisarão a vida e a obra de um teórico do teatro que é um elemento surpresa, os alunos só ficam sabendo na chegada a Imersão Teatral.
            A partir destas pesquisas serão confeccionados vários espetáculos que estarão abertos gratuitamente a comunidade, no sábado dia 25 a partir das 18:00hs no Hotel Fazenda Rancho Mineiro.
           A oficina Escola tem o apoio dos atores Fernanda Montenegro e Sérgio Britto que são os padrinhos da Instituição.
                          


Ricardo Andrade Vassíllievitch
Diretor Executivo
Instituto Nossa Senhora do Teatro Para As Artes

Contatos
(21) 3773 – 8375
(21) 97144940



Uma nova missão....Casa de cultura e referência Afro-urbana - Mangueira

l

Nos dias 02.06.11 e 03.06.11 a Cia dos três, a trupe de 4 palhaços esteve mais uma vez na mangueira para o pontapé inicial de mais um projeto. A Casa de cultura e referência afro-urbana convidou a companhia para ministrar oficinas para as crianças, adolescentes e adultos. Todo funcionamento será gratuito para a população da comunidade e redondezas. Direcionadas por Vinicius Zanon, Priscila Lucena e Junior Vaz; as oficinas visam reintegrar as crianças socialmente, estabelecer novos horizontes e favorecer para a construção do bem estar social e responsabilidades do cidadão. Nestes dias, 02 e 03, tivemos apresentações de espetáculos para a população e colaboradores para a inauguração do novo espaço situado dentro da comunidade. O trabalho será desenvolvido de forma contínua e por prazo indeterminado. Muito sucesso a todos nós, formiguinhas da cultura.

Trajetória do Arena!


                                                          Uma Mulher e Três Palhaços.

Mais que um grupo ou uma companhia, o Teatro de Arena foi fundado na cidade de São Paulo, em 1953, como uma alternativa à cena teatral da época. A intenção de um dos seus fundadores, o ator e diretor teatral José Renato, advindo da primeira turma da Escola de Arte Dramática de São Paulo era apresentar produções de baixo custo, em contraposição ao tipo de teatro que se via praticado pelo TBC – Teatro Brasileiro de Comédia, (um repertório iminentemente internacional, com produções sofisticadas).
Em 1953, com o primeiro elenco profissional, a companhia estréia nos salões do MAM – Museu de Arte Moderna com Esta Noite é Nossa, de Stafford Dickens. Integram a companhia: José Renato, Sérgio Britto, Henrique Becker, Geraldo Mateus, Renata Blaunstein e Monah Delacy. Após dois anos de atuação em espaços improvisados, a sala da Rua Theodoro Baima, no centro da cidade, em frente a Igreja da Consolação, uma garagem adaptada, foi inaugurada em (1955).
Foi a chegada de um jovem ator, egresso do Teatro Paulista do Estudante, que salvou o Arena – prestes a fechar suas portas por questões econômicas. Esse jovem ator e dramaturgo, apesar de italiano, tinha sérias convicções sobre o teatro que se deveria fazer no Brasil. O ano era 1958, a peça Eles Não Usam Black-Tie e o jovem autor, Gianfrancesco Guarnieri. O sucesso de Black-Tie, mais de um ano em cartaz, abriu espaço para o surgimento de um movimento que constituiu-se no Seminários de Dramaturgia, que tinha por objetivo revelar e expor a produção de novos autores brasileiros. Daí, destacaram-se: Oduvaldo Vianna Filho (o Vianninha) e Flávio Migliaccio entre outros.
Augusto Boal, recém chegado dos Estados Unidos, foi o diretor e dramaturgo central neste processo. A partir daí, além de buscar uma dramaturgia nacional, passou a incentivar a nacionalização dos clássicos. Nessa fase o Arena passa a contar com a colaboração assídua de Flávio Império na criação de cenários e figurinos.
A fase seguinte foi a dos musicais, com forte influência do teatro de Bertolt Brecht, com espetáculos como Arena conta Zumbi e Arena conta Tirandentes, ambos de Boal e Guarnieri, utilizando o que foi chamado por Boal de sistema coringa de atuação, em que todos os atores revezavam-se representando quase todos os personagens, sem caracterização. A forte repressão da Ditadura Militar instaurada a partir de 1964, que culmina com o Ato Institucional nº 5, o AI-5, impedem a continuidade destas experiências.
Uma das últimas atividades da companhia, foram com experiências como o Teatro Jornal. A trajetória do Arena é interompida pela Ditadura em 1972.




Montagens
  • 1953 Esta Noite é Nossa, de Stafford Dickens (estréia da companhia nos salões do MAM – Museu de Arte Moderna). Integram a companhia: José Renato, Sérgio Britto, Henrique Becker, Geraldo Mateus, Renata Blaunstein e Monah Delacy.
  • 1953-54 entram em repertório: O Demorado Adeus, de Tennessee Williams; Uma Mulher e Três Palhaços, de Marcel Achard; Judas em Sábado de Aleluia, de Martins Pena.
  • 1956 Ratos e Homens, de John Steinbeck. A montagem sob a direção de Augusto Boal conta com novos talentos vindos do Teatro do Estudante. Entre eles, além de Guarnieri e Vianninha, Flávio Migliaccio, Riva Nimitz e Milton Gonçalves.
  • 1957 Juno e o Pavão, de Sean O'Casey.
  • 1958 Eles Não Usam Black-Tie, de Guarnieri, sob direção de José Renato.
  • 1959 Chapetuba Futebol Clube, de Oduvaldo Vianna Filho, direção de Boal.
  • 1959 Gente Como a Gente, de Roberto Freire (psiquiatra, direção de Boal.
  • 1960 Fogo Frio', de Benedito Ruy Barbosa, direção de Boal.
  • 1960 Revolução na América do Sul, de Augusto Boal, direção de José Renato.
  • 1961 O Testamento do Cangaceiro, de Chico de Assis, outra direção de Boal.
  • 1962 Os Fuzis da Senhora Carrar, de Bertolt Brecht, direção de José Renato
  • 1962 A Mandrágora, de Maquiavel, direção de Augusto Boal.
  • 1964 O Tartufo, de Molière.
  • 1965 Arena Conta Zumbi, de Boal e Guarnieri, com música de Edu Lobo.
  • 1967-68 Arena Conta Tiradentes, também de Boal e Guarnieri
  • 1968 Primeira Feira Paulista de Opinião, evento organizado por Augusto Boal no Teatro Ruth Escobar.
  • 1968 McBird, de Bárbara Garson, direção de Boal, também no palco do Teatro Ruth Escobar.
  • 1968 Duas montagens malogradas no palco do Arena: O Círculo de Giz Caucasiano, de Bertolt Brecht e La Moschetta, de Angelo Beolco.
  • 1969 A Resistível Ascensão de Arturo Ui, de Bertolt Brecht.
  • 1970 O Arena sai em turnê internacional nos EUA, com a remontagem de Arena Conta Zumbi.
  • 1971 Teatro Jornal - 1ª Edição, de Augusto Boal.
  • 1971 Arena Conta Bolívar é proibida pela censura do Regime Militar.
  • 1972 Doce América, Latino América, criação coletiva, dirigida por Antônio Pedro

Afinal o que é um Palhaço ?

Será que sabemos mesmo o que é um palhaço?

É óbvio que não temos um conceito exato para definir esse ser iluminado que nos traz a graça e nos leva, normalmente, a alegria. Mas nossa sociedade, de modo geral, realmente sabe dar valor a esses artistas incríveis? Sabe realmente o que é, o que faz e como se constrói essa personagem palhaço?
Já é bem normal utilizarmos o termo "palhaço" de forma pejorativa e a constranger quem realmente o é. E não fazemos por mal, fazemos porque nossa cultura atual trata o termo palhaço como algo bobo, ignorante, sem noção e as vezes até sendo ligado a coisas não muito boas. Mas na verdade quando alguém quer ofender alguém não deveria chamá-lo de palhaço não é mesmo? Aliás se assim o fizesse estaria, ao meu ver, o elogiando de forma profunda. O palhaço em meu conceito e minha experiência de vida se trata de um ser mágico, que não tem uma obrigação com o riso e que se expõe à estupidez para alcançar o público de alguma forma. Seja em um número dramático ou cômico. Existem diversos tipos de palhaços: O fanfarrão que é engraçado que normalmente vemos no circo ou o um pouco mais dramático, e por aí vão várias classificações. O jogo duo que se classifica entre o palhaço branco e o augusto as vezes nos passa desapercebido mas é algo completamente pensado pelos "Clowns-atores". Tudo em um palhaço, quando digo palhaço digo um indivíduo que estuda a arte e se descobre a cada dia, é construído; desde um traço de lápis abaixo do olho a quais cores usar em seu figurino. Sem contar as dúvidas que surgem....Palhaço ou Clown? Qual a diferença? Em termos básicos as palavras são oriundas dos primórdios sendo o Palhaço notado e percebido sempre nas classes mais populares e o Clown o ser mais voltado para o Palco, surgindo posteriormente. Isso tudo a grosso modo, de forma muito geral. Atualmente, palhaço = Clown, pois não há mais tanta divisão. Existem palhaços grandiosos em nosso país que atuam tanto no circo, como na rua, como em teatros. Ou seja, podem ser chamados tanto de Palhaço ou Clown. Isso é apenas um introdução de algo grande, que nós Palhaços profissionais, estudam e vão descobrindo ao decorrer de muito esforço e dedicação.
E para quem quiser conhecer um pouco mais do que é um palhaço e seus tipos deixarei aqui o link de uma matéria. E lembre-se não use nariz de palhaço para protestos, para simular algo, ou xingar alguém de palhaço. Para nós Palhaços o nariz é mágico, puro e sagrado, muitíssimo sagrado. Forte Abraço a todos.

Vinicius Zanon
Ator e Clown
Palhaço Palitovisk
Fundador da Cia dos três, a trupe de 4 palhaços.
Palhaço profissional desde 2008.


Salve a cultura no RJ


Apelo aos cidados que ainda se preocupam...

Nós dias atuais a desesperança assola nosso povo. A intolerância e egoísmo estão cada

vez mais presentes em nossa sociedade. Devemos sucumbir a nossa falta de

expressão e preocupação geral ou lutarmos e tentar impedir alguns destruições notórias

de nossa cultura?

Acredito que devemos lutar. Então, em busca não de um interesse apenas próprio, mas um interesse mútuo estamos organizando um protesto em prol de melhorias para o sistema de cultura em nosso país. A escola de teatro Martins Pena está se acabando, escola essa que já formou grandes atores e exemplos de seres humanos, e a Fazenda de Arcozelo responsável por expandir conhecimentos, experiências e grandes momentos de exílio a nossos artistas e estudantes da arte está literalmente se afundando.

Precisamos juntos, lutar e movimentar as coisas. Exigir, buscar e questionar. Que é nosso papel fundamental para que realmente possamos, quem sabe um dia, viver uma democracia.


Por Vinicius Zanon

Festival de São José do Rio Preto!



O (FIT),Festival Internacional de Teatro de São José do Rio Preto começara  no dia 07 de julho e terminará no dia 16 de julho de 2011.Sem duvida nenhuma é um dos maiores do país,com apresentações incriveis,uma imersão maravilhosa pra quem é verdadeiramente uma pessoa de teatro.

Histórico
São José do Rio Preto comemora, em 2011, 42 anos de criação do Festival de Teatro. O evento surgiu no final da década de 60, período marcado pelas diversas transformações sociais a políticas, advindas da Ditadura Militar. Na época, o Festival tinha caráter competitivo e amador, sendo uma importante manifestação cultural liderada por artistas locais.
Integrantes do grupo de Teatro Jovem da Casa de Cultura abriram, em julho de 1969, o Festival Nacional de Teatro Amador de São José do Rio Preto. No elenco, grandes nomes das artes cênicas como Humberto Sinibaldi Neto, Dinorath do Valle, José Eduardo Vendramini, Fábio Marques dos Santos, Maria Cristina Miceli, Raildo Viana, Ricardo Albuquerque e Reinaldo Silva.
Em sua primeira edição, participaram 11 espetáculos dos estados de Minas Gerais, São Paulo e Paraná. Neste ano, as peças foram apresentadas no auditório da Basílica Nossa Senhora Aparecida, no bairro Boa Vista. Durante os anos de 1973 a 1980, o evento foi interrompido por falta de apoio político, voltando a ser realizado em 1981.
No ano de 2001, o Festival deixou de ter o caráter competitivo, dando lugar a um formato mais experimental. Assim, o Festival de Teatro Amador se transformou no FIT – Festival Internacional de Teatro de São José do Rio Preto. A cada edição o FIT aposta em conceitos diferentes, inovando e expandindo os critérios do “fazer teatral”.
Atualmente, o FIT integra o Núcleo dos Festivais, sendo um dos cinco maiores festivais de artes cênicas do país. É um dos eventos mais aguardados por críticos, artistas e público de diversos estados brasileiros.

Única!



Clarice Lispector!


O PRIMEIRO BEIJO

Os dois mais murmuravam que conversavam: havia pouco iniciara-se o namoro e ambos andavam tontos, era o amor. Amor com o que vem junto: ciúme.
- Está bem, acredito que sou a sua primeira namorada, fico feliz com isso. Mas me diga a verdade, só a verdade: você nunca beijou uma mulher antes de me beijar? Ele foi simples:

- Sim, já beijei antes uma mulher.

- Quem era ela? perguntou com dor.

Ele tentou contar toscamente, não sabia como dizer.

O ônibus da excursão subia lentamente a serra. Ele, um dos garotos no meio da garotada em algazarra, deixava a brisa fresca bater-lhe no rosto e entrar-lhe pelos cabelos com dedos longos, finos e sem peso como os de uma mãe. Ficar às vezes quieto, sem quase pensar, e apenas sentir - era tão bom. A concentração no sentir era difícil no meio da balbúrdia dos companheiros.

E mesmo a sede começara: brincar com a turma, falar bem alto, mais alto que o barulho do motor, rir, gritar, pensar, sentir, puxa vida! como deixava a garganta seca.

E nem sombra de água. O jeito era juntar saliva, e foi o que fez. Depois de reunida na boca ardente engulia-a lentamente, outra vez e mais outra. Era morna, porém, a saliva, e não tirava a sede. Uma sede enorme maior do que ele próprio, que lhe tomava agora o corpo todo.

A brisa fina, antes tão boa, agora ao sol do meio dia tornara-se quente e árida e ao penetrar pelo nariz secava ainda mais a pouca saliva que pacientemente juntava.

E se fechasse as narinas e respirasse um pouco menos daquele vento de deserto? Tentou por instantes mas logo sufocava. O jeito era mesmo esperar, esperar. Talvez minutos apenas, enquanto sua sede era de anos.

Não sabia como e por que mas agora se sentia mais perto da água, pressentia-a mais próxima, e seus olhos saltavam para fora da janela procurando a estrada, penetrando entre os arbustos, espreitando, farejando.

O instinto animal dentro dele não errara: na curva inesperada da estrada, entre arbustos estava... o chafariz de onde brotava num filete a água sonhada. O ônibus parou, todos estavam com sede mas ele conseguiu ser o primeiro a chegar ao chafariz de pedra, antes de todos.

De olhos fechados entreabriu os lábios e colou-os ferozmente ao orifício de onde jorrava a água. O primeiro gole fresco desceu, escorrendo pelo peito até a barriga. Era a vida voltando, e com esta encharcou todo o seu interior arenoso até se saciar. Agora podia abrir os olhos.

Abriu-os e viu bem junto de sua cara dois olhos de estátua fitando-o e viu que era a estátua de uma mulher e que era da boca da mulher que saía a água. Lembrou-se de que realmente ao primeiro gole sentira nos lábios um contato gélido, mais frio do que a água.

E soube então que havia colado sua boca na boca da estátua da mulher de pedra. A vida havia jorrado dessa boca, de uma boca para outra.

Intuitivamente, confuso na sua inocência, sentia intrigado: mas não é de uma mulher que sai o líquido vivificador, o líquido germinador da vida... Olhou a estátua nua.

Ele a havia beijado.

Sofreu um tremor que não se via por fora e que se iniciou bem dentro dele e tomou-lhe o corpo todo estourando pelo rosto em brasa viva. Deu um passo para trás ou para frente, nem sabia mais o que fazia. Perturbado, atônito, percebeu que uma parte de seu corpo, sempre antes relaxada, estava agora com uma tensão agressiva, e isso nunca lhe tinha acontecido.

Estava de pé, docemente agressivo, sozinho no meio dos outros, de coração batendo fundo, espaçado, sentindo o mundo se transformar. A vida era inteiramente nova, era outra, descoberta com sobressalto. Perplexo, num equilíbrio frágil.

Até que, vinda da profundeza de seu ser, jorrou de uma fonte oculta nele a verdade. Que logo o encheu de susto e logo também de um orgulho antes jamais sentido: ele...

Ele se tornara homem.

O Didático Brecht

Eugen Berthold Friedrich Brecht (Augsburg, 10 de Fevereiro de 1898Berlim, 14 de Agosto de 1956) foi um destacado dramaturgo, poeta e encenador alemão do século XX. Seus trabalhos artísticos e teóricos influenciaram profundamente o teatro contemporâneo, tornando-o mundialmente conhecido a partir das apresentações de sua companhia o Berliner Ensemble realizadas em Paris durante os anos 1954 e 1955.
Ao final dos anos 1920 Brecht torna-se marxista, vivendo o intenso período das mobilizações da República de Weimar, desenvolvendo o seu teatro épico. Sua praxis é uma síntese dos experimentos teatrais de Erwin Piscator e Vsevolod Emilevitch Meyerhold, do conceito de estranhamento do formalista russo Viktor Chklovski, do teatro chinês e do teatro experimental da Rússia soviética, entre os anos 1917-1926. Seu trabalho como artista concentrou-se na crítica artística ao desenvolvimento das relações humanas no sistema capitalista.
Frases de Bertolt Brechot!

Não conseguireis desgostar-me da guerra. Diz-se que ela destrói os fracos, mas a paz faz o mesmo.

Para quem tem uma boa posição social, / falar de comida é coisa baixa. / É compreensível: eles já comeram.

Do rio que tudo arrasta, diz-se que é violento. Mas ninguém chama violentas às margens que o comprimem.

A vida é curta e o dinheiro também.

Temam menos a morte e mais a vida insuficiente.

Apenas a violência pode servir onde reina a violência, e / apenas os homens podem servir onde existem homens.
De todas as coisas seguras, / a mais segura é a dúvida.

Primeiro vem o estômago, depois a moral.
O que não sabe é um ignorante, mas o que sabe e não diz nada é um criminoso.



Brecht nasceu no Estado Livre da Baviera, no extremo sul da Alemanha, estudou medicina e trabalhou como enfermeiro num hospital em Munique durante a Primeira Guerra Mundial. Era filho de Berthold Brecht, diretor de uma fábrica de papel, católico, exigente e autoritário, e de Sophie Brezing (em solteira), protestante, que fez seu filho ser batizado nesta igreja.
Suas primeiras peças, Baal (1918/1926) e Tambores na Noite (Trommeln in der Nacht) (1918-1920), foram encenadas na vizinha Munique. Em sua participação no teatro Brecht conhece o diretor de teatro e cinema Erich Engel, com quem veio a trabalhar até o fim da sua vida.
Depois da primeira grande guerra mudou-se para Berlim, onde o influente crítico, Herbert Ihering, chamou-lhe a atenção para a apetência do público pelo teatro moderno. Trabalha inicialmente com Erwin Piscator, famoso por suas cenas Piscator, como eram chamadas, cheias de projeções de filmes, cartazes, etc. Em Berlim, a peça Im Dickicht der Städte, protagonizada por Fritz Kortner e dirigida por Engel, tornou-se o seu primeiro sucesso.
O Nazismo afirmava-se como a força renovadora que iria reerguer o país, pretendendo reviver o Sacro Império Romano-Germânico. Mas, ao mesmo tempo, chegavam à Alemanha influências da recém formada União Soviética.
Com a eleição de Hitler, em 1933, Brecht exila-se primeiro na Áustria, depois Suíça, Dinamarca, Finlândia, Suécia, Inglaterra, Rússia e finalmente nos Estados Unidos. Recebeu o Prêmio Lênin da Paz em 1954.
Seus textos e montagens o fizeram conhecido mundialmente. Brecht é um dos escritores fundamentais deste século: revolucionou a teoria e a prática da dramaturgia e da encenação, mudou completamente a função e o sentido social do teatro, usando-o como arma de consciencialização e politização.
Teve três filhos com Helene Weigel: Stefan Brecht, Barbara Brecht-Schall e Hanne Hiob.

    Fãs

    Clima na platéia